A Pobreza não é algo a se romantizar.

Kruppa
2 min readNov 16, 2017

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Quando eu acompanho alguns grupos de esquerda em redes sociais, uma coisa que sempre me deixa puto da cara é a romantização da pobreza, da condição de favelado, salvo quando essa romantização vem de pessoas que são da favela e tem orgulho disso, o que me deixa realmente puto é a galera classe média que romantiza a pobreza, e ainda ganha dinheiro com isso.

Tem noção quanto é 99 reais para alguém que ganha o salário mínimo?

Dentro dessa romantização, a pobreza acaba se tornando um ponto turístico daqueles que nunca tiveram que se preocupar com coisas simples, como se vai sair pra trabalhar e vai chegar vivo em casa, se vai poder dormir tranquilo a noite sem um tiroteio.

Toda romantização parece que deixa a discussão de um tema importantíssimo de lado: Favela são um problema social, um claro exemplo da desigualdade social e dos problemas governamentais que envolvem moradia e bem estar, alguém que cresceu em uma favela ou bairro violento de periferia possivelmente preferiria o conforto de uma casa com esgoto e água tratada, coisas que não acontecem na favela.

Pobreza não é situação de vergonha. É tão somente uma condição econômica. Ser pobre não é vergonha. Mas a pobreza não é desejável a ninguém. A menos que o sujeito leve uma vida modesta (o que é tão bom quanto louvável) e não adote um estilo de existência consumista, a falta de bens materiais por simples impedimento não é uma virtude, é um crime.

Quem é pobre não escolheu essa vida como um caminho de ascetismo, purificação espiritual ou “virtude”. As pessoas pobres simplesmente são condenados a essa condição.

E não digo isso tudo tentando alcançar a Santidade de ser pobre e condenar quem é classe média, por mais que eu tenha nascido em um bairro violento de Campo Grande, nasci em uma família branca, que me deu várias vantagens nesse jogo chamado vida.

Se você nasceu rico, não é algo a se envergonhar, mas sim utilizar da sua possibilidade de mudar o mundo para ajudar os outros, e não fetichizar a condição alheia para com isso ganhar alguns likes no meio de seus amigos desconstruídos, mas que no final da noite voltam para o conforto de seus condomínios enquanto os favelados continuam em condições sub-humanas.

Como diria a música “Common People da banda inglesa “Pulp”:
ou’ll never live like common people

You’ll never do whatever common people do
You’ll never fail like common people
You’ll never watch your life slide out of view
And then dance, and drink, and screw
Because there’s nothing else to do

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Written by Kruppa

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