
Existiu uma época nas produções culturais, antes da existência do algoritmo, onde as coisas aconteciam de modo mais “Freestyle”, as coisas podiam ser copiadas, inspiradas e só existiria problemas de direitos autorais se ou autor (ou normalmente, seu agente) descobrir, o que não era tão simples ou tão justo, diversos músicos, principalmente mulheres negras tiveram suas músicas regravadas por artistas brancos sem o devido crédito ou royalties, pois tais artistas brancos tinham advogados poderosos, o maior exemplo disso é o “Rei do Rock”, o Elvys Presley, se quiser saber mais sobre o tema, dá uma sacada nesse texto do Italo Araújo aqui mesmo no Medium.
Mas acontece que, como crescemos em uma era onde o conhecimento era limitado, não tínhamos a internet para conhecer o que rolava lá fora (e eu sempre defendo que, se tivéssemos na época, o Legião Urbana não teria feito tanto sucesso, mas isso é papo pra outro momento) então os artistas nacionais lançaram versões “brazucas” de trocentas bandas de lá de fora, e não só aqui, diversos países faziam isso, mas assim como os estadunidenses, nos aproveitamos de música italiana, como Eva, tocada pela banda Radio Taxi, que é uma versão nacional da Opera Rock de Umberto Tozzi.
Mas dá pra ficar textos e textos falando sobre isso, mas escrevi tudo isso pois na data de hoje, em um natal preguiçoso, fui dar uma olhada em na origens de algumas músicas, e fui pego em um vortex de músicas famosas aqui no Brasil que são covers, com suas músicas originais não muito populares por aqui, e preciso compartilhar isso com o mundo! (risos)
- Mordida de Amor do Yahoo é um Cover de Love Bites do Def Lepard.
Essa pode até ser óbvia para algumas pessoas, mas me pegou de surpresa, o grande sucesso dramáticos dos anos 90:
2. Chorando se Foi (Lambada), da Kaoma, é um cover não autorizado de Llorando se fue da banda boliviana Los Kjarkas.
A canção “Llorando se fue” foi traduzida sem a devida autorização do grupo, levando-os a iniciar um processo legal contra Kaoma. No desfecho da situação, acabaram concedendo os direitos da música, as música se tornou um sucesso no mundo todos, teve aquele filme brega “Lambada, a Dança Proibida” e hoje em dia tem versão até com o Pitbull.
Nesse caso, acho interessante que a versão original carrega muito da cultura da Bolívia.
3. Mulher de Fases, do Raimundos é uma versão de Complicado y aturdido da banda argentina Los Pericos.
Confesso que essa foi a que me pegou mais de surpresa, pois em minha adolescência, quando o Raimundos lançou esse hit grudento, que até hoje serve como descrição de algumas moças em aplicativos, que se descrevem como “Complicada e Perfeitinha”, nunca passaria na minha cabeça que seria um cover, ainda mais quando a música original, que fica ali entre o Reggae e o Ska não tem a letra tão comercial falando de relacionamento, mas sim um dia de um cara com problemas que se choca em ter um dia de sorte.
Dá pra fazer centenas de posts semelhantes, mas por enquanto fico apenas nesses três covers, se um dia algo mais estourar completamente minha cabeça, igual sua vó descobrindo que “Glória Glória Aleluia” que ela canta na igreja é na verdade uma música militar estadunidense, entre outras coisas, rola parte 2.
Ah sim, todas as partes do texto que são sublinhadas contém links :)