Dr. Strangelove ou: Como eu aprendi a amar os trabalhadores por causa da Economia.

Kruppa
3 min readApr 20, 2020

Com as restrições causadas pelo isolamento social devido ao COVID-19 me peguei revendo clássicos que eu tanto amo, e esse final de semana resolvi assistir, mais uma vez, meu filme favorito do Kubrick (que por sinal disputa fortemente com Godfather o local de meu filme favorito) o “Dr. Strangelove, or: How i Learned to Stop Worrying and Love the Bomb” de 1964.

Sinopse: Um general americano acredita que os soviéticos estão sabotando os reservatórios de água dos Estados Unidos e resolve fazer um ataque anticomunista, bombardeando a União Soviética para se livrar dos “vermelhos”. Com as comunicações interrompidas, ele é o único que possui os códigos para parar as bombas e evitar o que provavelmente seria o início da Terceira Guerra Mundial.

O filme se passa em três planos: A sala de Guerra do Governo Americano, um Bombardeio Americano indo em rota de lançar uma ogiva na URSS (Sempre que esse plano está ativo, toca-se a música “When Johnny Comes Marching Home”, em referência ao Patriotismo Estadunidense) e a Base militar onde o coronel Jack D. Ripper lançou o ataque nuclear.

Diversos fatores são importantes, mas principalmente a Masculinidade como desculpa de Guerra, o Coronel D. Ripper acredita que os “Comunistas” estão atacando os EUA contaminando sua água com Flúor, e Jack concluiu isso após Broxar sexualmente, mas o mais importante é a proposta final, de Dr. Strangelove, que é um Cientista Nazista cooptado pelos Americanos.

O problema que leva ao fim é que, a União Soviética construiu um equipamento chamado “Doomsday Machine” e se atacada pelos Americanos, revidará nuclearmente de modo automático, e como será inevitável o ataque, já que o Bombardeio Americano segue sem comunicação ao seu alvo, o fim acontecerá.

Dr. Strangelove propõe a construção de Cavernas, onde, para “manter a espécie”, cada homem teria direito a várias esposas, selecionadas pelos seus atributos sexuais, obviamente todos os membros do governo terão local nessas cavernas, desse modo, o plano é automaticamente aprovado, todo homem selecionado terá direito a várias mulheres e o resto da humanidade está fadada ao holocausto nuclear, se encerra com a música “We’ll Meet Again” de Vera Lynn, assim acaba a sociedade Humana.

Mas porque fiz esse texto? Ou melhor, porque coloquei esse título no Texto?

Vivemos uma situação semelhante, porém no lugar da ameaça nuclear temos os riscos de morte do COVID-19, e no local da alta cúpula militar que deseja mulheres, temos nossa burguesia sedenta por dinheiro.

O que eu chamo atenção é que: Para que essa classe dominante realize seus desejos, o restante da população não é nem considerada, os militares que aprovam o plano de Dr. Strangelove pensam apenas com seus pênis, não se importam com o povo morrendo no Holocausto Nuclear, e nossa Elite pensa apenas em seu lucro, e não na morte de milhares como vem ocorrendo, é um pensamento malthusiano onde o pobre é descartável, é tratado como número ou algo irrelevante, nossos planos de abrandamento do isolamento ou mesmo fim da quarentena não tem participação popular, é uma decisão das classes dominantes junto com os políticos ou a aberração que é o presidente da república.

E claro, a burguesia sempre se esconde através do papo de “nós estamos preocupados com os colaboradores, não queremos que passem fome” em um discurso vazio, nunca se importaram com a fome de seus funcionários, senão não apoiariam cortes salariais, tão pouco se importam com a saúde de seus “colaboradores”, se morrerem, podem ser substituídos.

Então sempre se lembrem meus camaradas, quando os donos do poder querem dinheiro ou sexo, vocês não são nada.

Fiquem bem.

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Written by Kruppa

Introspectivo e sem Perspectiva nenhuma.

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