
Festas de Final de Ano costumam ser épocas com um apelo sentimental muito grande, se traz uma nostalgia de garrafas de Coca-Cola geladas e festas em família, porém nem pra todo mundo essa nostalgia costuma ser boa, como já escrevi em outro texto aqui no Medium essa coisa de final de ano nunca foi para mim, e acredito que para muitos outros como eu.
Esse ano meu dei a liberdade de fugir um pouco da minha realidade e revisitar onde nasci e cresci, reforçar alguns vínculos antigos e fazer alguns novos, pois por mais que as fronteiras de cidades e estados sejam coisas irrelevantes, as vezes sair de onde você vive mostra que suas capacidades de interação e pessoas em comum costumam ser mais efetivos em outro local, desse modo, a experiência como um todo foi muito boa.
Mas não só isso, é impossível viver sem causar decepções e desagradar outras pessoas, e era isso o que eu queria abordar um pouco nesse texto.
Interagir com pessoas é uma tarefa árdua, nunca sabemos o que elas realmente pensam ou projetam das situações, desse modo é muito fácil decepcionar as pessoas que queremos bem, as vezes duas ou três pessoas se magoam pelo simples fato de você tocar sua vida, Decepção é um processo natural da vida, na verdade se decepcionar pode ser considerado parte fundamental do processo de estar vivo.
Quando crescemos, sabemos de muita coisa. Carregamos nossas dores como um algo mais precioso do mundo e não permitimos nossos membros de soltá-la. Eu soube o seu peso. Como se, também, sofremos eternamente por sentimentos e amores mal resolvidos e vividos. Sabemos o quanto dói. Ou talvez, como se levássemos uma vida vadia e vazia, sem emoção ou companhia, apenas o vazio do nosso eu perambulando pela terra como um fantasma despachado do céu e renegado do inferno.
Eu me decepciono com o que sou todos os dias, de não ter alcançado meus objetivos ou ter falhado em todos outros. Eu soube o tamanho do desprezo de ser eu.
Mas mesmo com as decepções causadas, não tenho o que reclamar do bom tempo que passei, foram momentos singelos e bonitos, que guardarei com carinho em meu coração, infelizmente não podemos agradar e proporcionar felicidade a todos, mas os poucos que amamos é fundamental, como diria Fernando Pessoa:
Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o Universo não tem ideias.
Desse modo, encerro esse texto agradecendo as oportunidades que tive na vida, as pessoas que amo e as pessoas que conheci, tal como as que ainda vou conhecer, agradeço também as pessoas que decepcionei ou perdi, agradeço a vocês todos por simplesmente fazerem parte da minha e da minha história como um todo, vocês são fundamentais para a formação do que eu sou hoje.