The Good Life by Weezer, o Hino da minha Vida adulta.

Kruppa
3 min readDec 16, 2019

--

Acredito que quando somos jovens, não sabemos muito bem definir o que seria a trilha sonora de nossas vidas, pode ser que, ao ser questionados responderíamos algo poderoso como “Power” do Kanye Maluco West, ou algo doce e bonito, como uma música do Beach Boys, eu gostaria de viver em uma música do Beach Boys.

Mas a vida adulta chega, com elas contas, inseguranças, cobranças, remédios controlados, problemas de relacionamentos, casamentos fracassados, logo, rapidamente aquela sua visão que sua vida adulta seria luxuosa, com muito sexo, bebida e independência acaba sendo apenas uma fantasia hormonal que você desenvolveu em sua adolescência.

Desse modo, eu com meus 33 anos escolho “The Good Life” da banda americana de Alt-Rock Weezer, pois ela trata mais ou menos o que sinto nos últimos anos da minha vida.

Por exemplo, começando pelo primeiro verso:

When I look in the mirror
I can’t believe what I see
Tell me, who’s that funky dude
Staring back at me?
Broken, beaten down (down), can’t even get around
Without an old man cane, I fall and hit the ground

Shivering in the cold, I’m bitter and alone (woo!)

O personagem autorreferencial está olhando para o espelho, sem se reconhecer, se tornou algo diferente do que pensou que seria, se sente quebrado, abalado e não consegue mais fazer o que costumava fazer, se sentimento amargo e sozinho (uhuuu).

Sei que pode parecer reclamação demais, mas como disse na introdução do texto, a realidade das expectativas são sempre muito diferentes da realidade, vivemos em uma sociedade capitalista que nos promete a felicidade por meio de bens de consumo e trabalho, coisas que o cidadão comum, como eu, jamais consegue.

Seguindo os versos:

Excuse the bitching
I shouldn’t complain
I should have no feeling
’Cause feeling is pain

As everything I need is denied me
And everything I want is taken away from me
But who do I got to blame? Nobody but me

O personagem está se desculpando, ele não deveria reclamar, afinal, quando se reclama da sua própria vida, sempre aparece alguém fazendo o que chamo de “super trunfo de fodido”, tipo “Cara, estou triste, estava me relacionando com um garota ótima e estraguei tudo” e a pessoa responde: “Entendi, mas e eu que fui Traído por um Palhaço que tinha um Corsa?”, ou seja, é difícil falar sobre o que se sente ou sobre o que sofre quando as pessoas disputam quem sofre mais.

Voltando ao verso: Sempre nos sentimos culpados pela nossa própria dor, não conseguimos nossos objetivos pois a vida não é um sitcom, perdemos coisas, perdemos pessoas, e quem podemos culpar? somente a nós mesmos.

O Refrão é uma das partes que melhor me autoreferencio:

And I don’t wanna be an old man anymore
It’s been a year or two since I was out on the floor
Shaking booty, making sweet love all the night
It’s time I got back to the good life
It’s time I got back, it’s time I got back
And I don’t even know how I got off the track
I wanna go back, yeah

Eu não quero mais ser esse velho (eu agora), sentimos falta da energia que tínhamos antes (por mais que eu nunca tenha tido, fico em uma condição de “Talvez poderia ter sido assim), desse modo, o personagem autoreferencial diz: “É hora de ter a boa vida de volta, é hora de ter de volta, e eu nem sei o que me tirou dos trilhos (o que me ou nos levou a depressão? eu mesmo não sei dizer) mas eu quero voltar.

E sim, é o que eu mais quero em minha vida, viver uma vida livre de medicamentos, de inseguranças, de machucar pessoas que eu gosto, de me sentir inadequado, de sofrer por traumas passados, de ter crises de choro na hora de dor, é hora de me dar a oportunidade de ser feliz pelo menos uma vez na vida!

Porém, diferentemente do personagem da música, eu não vou “screw this crap, ain’t no Mr Cool” (foda-se essa merda, eu não sou mais um cara legal), pois não vejo sentido fazer um “Breaking Bad” (chutar o balde) por me sentir mal e machucar outras pessoas, o Screw this crap tem que partir de mim mesmo, o lutar para ter uma vida que imaginei de volta, ou conseguir aquilo, que quero, é uma batalha diária.

Mas continuo:

I wanna go back, I wanna go back
And I don’t even know how I got off the track
It’s time I got back, it’s time I got back
And I don’t even know how I got off the track
I wanna go back, yeah

Sign up to discover human stories that deepen your understanding of the world.

Free

Distraction-free reading. No ads.

Organize your knowledge with lists and highlights.

Tell your story. Find your audience.

Membership

Read member-only stories

Support writers you read most

Earn money for your writing

Listen to audio narrations

Read offline with the Medium app

--

--

Kruppa
Kruppa

Written by Kruppa

Introspectivo e sem Perspectiva nenhuma.

No responses yet

Write a response